segunda-feira, 30 de agosto de 2010

às tantas pensamos todos em simular a certeza

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duas citações que podemos tomar de golada e digerir depois da sesta. deitamo-nos, dormitamos e, sem pensarmos na vida, damos conta de que as coisas simples são as mais complicadas de entender.
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Eles fodem-te o juízo, o pai e a mãe.
Talvez não o queiram fazer, mas fazem.
Enchem-te com os pecados deles
E juntam mais um ou dois, só para ti..
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Também eles foram fodidos no seu tempo
Por parvos de cartola e sobretudo,
Que passaram metade da vida mal-humorados
E a outra metade agarrados às gargantas dos outros..
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A infelicidade passa de mão em mão.
Vai mais fundo do que o fundo do mar.
Foge de tudo mal tenhas oportunidade,
E nunca na vida penses ter filhos.
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philip larkin
roubado daqui
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summer's match point ou o triplo assassinato do amor

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haverá sempre a dúvida da inconsistência da certeza.
apesar da inevitável força dos dias que passam rápido demais, e das forças da normalidade que nos amarram aos corredores da modorra, sabemos que o determinismo não existe, e que as escolhas que fazemos em cada momento da vida, nos levarão a um final calvárico, pintado à medida das nossas opções.
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mas não sem antes saborearmos um verão de descobertas.
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500 days of summer (5)
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match point (5)

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o sexo e a cidade 2 (3)
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

rita without shoes

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do you ever talk about love with somebody you care for?
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i hope you do...
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récita [5]

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Já sabes, Delgadina, a fama é uma senhora muito gorda que não dorme connosco, mas quando acordamos está sempre a olhar para nós em frente da cama. (pp.54)
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Lendo Os Idos de Março encontrei uma frase sinistra que o autor atribui a Júlio César: É impossível não acabar sendo como os outros julgam que somos. (pp. 77)
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Gabriel García Márquez
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Memória das minhas putas tristes, Colecção Bis, Leya
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

façam aí um triangulo de quatro *

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* frase atribuída a jorge jesus num treino desportivo, que bem podia ser vertido num romance português, desde que à boa maneira rothiana.
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

el secreto de tus ojos

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na américa [2]

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e espaço pá?! [estantes que um dia vão forrar a minha casa]

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por ter substituído a televisão pelo livro [na maior parte do meu tempo], e porque o espaço escasseia, terei de voltar ao mercado para comprar mais uma estante...
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aqui neste sítio temos bons exemplos para resolver o meu problema mais recente.
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mas como ele os deve ter recebido de borla por ser um opinion-book-maker, eu, no limite [e porque os paguei], empresto.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

requiem for a memory

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que desastre é a minha escrita. há mais de 9 meses que escrevi o último post, no último blog, no último dia do ano de 2009, e agora, que procuro as palavras certas para um regresso decente, esbarro nos recantos escuros do meu pessimismo.
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já devem ter percebido que o regresso vai ser pautado pela minimização dos discursos, em concordância com a vontade de mostrar as poucas paixões que me embalam, a leitura, o cinema e a fotografia.
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agrada-me este sossego bloguístico.
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para memória futura:
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LEITURAS 2010
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JANEIRO
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a máquina de fazer espanhóis, valter hugo mãe, objectiva, 2010 (3*)
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a sangue frio, truman capote, edições revista sábado, 2009 (4*)
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FEVEREIRO
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a cidade e as serras, eça de queirós, bis leya, 2009 (4*)
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MARÇO
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budapeste, chico buarque, bis leya, 2008 (5*)
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histórias extraordinárias, edgar allan poe, bis leya, 2009 (3*)
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ABRIL
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sputnik meu amor, haruki murakami, casa das letras, 2005 (4*)
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MAIO.
crónica do pássaro de corda, haruki murakami, casa das letras, 2006 (3*)
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JUNHO
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balada da praia dos cães, josé cardoso pires, booket, 2007 (4*)
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a inaudita guerra da avenida gago coutinho, mário de carvalho, bis leys, 2009 (4*)
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JULHO
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de profundis, valsa lenta, josé cardoso pires, booket, 2009 (4*)
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o alienista, machado de assis, livros jn, 2010 (4*)
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memória das minhas putas tristes, gabriel garcía márquez, bis leya, 2009 (5*)
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AGOSTO
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inês de portugal, joão aguiar, bis leya, 2008 (4*)
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o complexo de portnoy, philip roth, dom quixote, 2010 (5*)
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indignação, philip roth, dom quixote, 2009 (5*)
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(em trânsito)
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o fantasma sai de cena, philip roth, dom quixote, 2008
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a conjura, josé eduardo agualusa, bis leya, 2008
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espero que vos agradem as minhas sugestões, e não vos apoquentem os meus palpites esporádicos.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

venham mais cinco de uma assentada que eu pago já

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Para finalizar, uma singela pergunta por quem se interessa por estas coisas aborrecidas, como ler: será que a Dom Quixote, desde que passou para o grupo LeYa, para além de muitos outros, se esqueceu de Philip Roth? Para quando a edição de The Humbling (2009) e/ou de Nemesis (2010)? Suponho que ainda detêm os direitos autorais de Roth.
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

tridente de agosto

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é, de facto, o escritor que me dá mais prazer ler neste momento...

porque nem só de pão vive o homem

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mas também do sonho da glória.
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récita [4]

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Quando passou o aguaceiro continuava com a sensação de não estar só em casa. A minha única explicação é que assim como os factos reais se esquecem, também alguns que nunca existiram podem estar nas recordações como se tivessem existido.
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Gabriel García Márquez
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Memória das minhas putas tristes, pp. 48, Colecção Bis, Leya
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terça-feira, 17 de agosto de 2010

law and order

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braga no seu melhor
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st culterra

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festival margens do ave. verão fresco. santo tirso. 14 de agosto de 2010.
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rita red shoes
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b fachada
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tiguana bibles
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em braga o cartaz é feito de rancho folclórico todo o mês de agosto.
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lost in azores [2]

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

eu aderi, after all

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alguém me explica porque é que lhe chamaram facebook? pela amostra vestia melhor como facelook.
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a rússia será sempre o nosso jardim

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o verão quente de 2010, com a revolta dos mujiques de tchékov
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

recita [3]

da memória e do tempo
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Um dia tomei o pequeno-almoço duas vezes porque esqueci a primeira, e aprendi a reconhecer o alarme dos meus amigos quando não se atreviam a avisar-me de que lhes estava a contar a mesma história que lhes havia contado na semana anterior. Nessa altura tinha na memória uma lista de rostos conhecidos e outra com os nomes de cada um, mas no momento de cumprimentar não conseguia que coincidissem as caras com os nomes. [pp.11]
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[...] é um triunfo da vida que a memória dos velhos se perca para as coisas que não são essenciais, mas raras vezes falhe para as que na verdade interessam. Cícero ilustrou-o de uma penada: Não há um velho velho que esqueça onde escondeu o seu tesouro. [pp.12]
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Gabriel García Márquez
Memória das minhas putas tristes, Colecção Bis, Leya
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

récita [2]

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Dedicada às obras que fui lendo, esta rubrica passa a ser o espaço em que finalmente faz sentido os sublinhados dos livros [afinal os sublinhados servirão para isto], as devidas ressalvas que fui assinalando, as passagens que valerá a pena relembrar e difundir. Com a obra de Gabriel García Márquez, Memória das minhas putas tristes [obra que inspirou o título do novo blog], inicia-se a récita, que, espero, sirva para aumentar o gosto pela leitura.
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Ignorava as manhas da sedução e tinha sempre escolhido ao acaso as namoradas de uma noite, mais pelo preço que pelos encantos, e fazíamos amor sem amor, semivestidos a maior parte das vezes e sempre às escuras para nos imaginarmos melhores. Naquela noite descobri o prazer inverosímil de contemplar o corpo de uma mulher adormecida sem as pressas do desejo ou os entraves do pudor.
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Gabriel García Márquez
Memória das minhas putas tristes, pp. 25, Colecção Bis, Leya
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Veneza, Agosto de 2008

terça-feira, 10 de agosto de 2010

récita

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Descobri que a minha obsessão de que cada coisa estivesse no seu lugar, cada assunto no seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente ordenada mas, pelo contrário, um sistema completo de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, mas como reacção contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez, que passo por prudente por ser pessimista, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que não se saiba que pouco me importa o tempo alheio. Descobri, por fim, que o amor não é um estado de alma mas um signo do zodíaco.
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Gabriel García Márquez
Memória das minhas putas tristes, pp. 52, Colecção Bis, Leya 
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os viciados do esmero

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o vício do dicionário

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esmero:

1. Máxima perfeição (que se pode ou se sabe empregar); cuidado extremo.


2. Máximo asseio.
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