quinta-feira, 22 de novembro de 2012

o bando de estorninhos

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o bando de estorninhos a voar na obra a jangada de pedra de josé saramago, é uma das imagens que mais me marcou na literatura. é uma imagem tão forte, tão intensa, tão real, tão hitchcock, que nunca mais me esqueci dela. para além da beleza da palavra estorninho.
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a dança dos pássaros, que fui ouvir ao vivo no theatro circo no sábado passado, é uma dessas músicas marcantes, mais parecendo ter sido resgatada a algum espaço onde só a mais refinada inspiração pode aceder. comparo-a com a imagem dos estorninhos por ter a mesma força e o mesmo primor.
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pensei no dia em que decidi não ir a penafiel ver saramago, numa homenagem da cidade (excelente festival literário aliás), e no remorso que até hoje perdura por ter falhado, por ter cedido ao conforto, por ter desperdiçado a última oportunidade para o ver. no sábado passado, ao ver tocar ao vivo antónio pinho vargas, fiquei com a certeza que quando ele morrer, poderei sorrir melancólico, mas não triste porque vi os seus rasgos de perfeição.
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