segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Farewell to Arms

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só mais um filme isolado.
primeiro porque é, na minha simples avaliação, o filme (julgo, contudo, que sairá da cerimónia dos óscares sem prémios; mais à frente, e antes da sessão de entrega dos óscares, darei o meu palpite). depois porque tem esta cena hilariante sobre o livro de hemmingway, adeus às armas:
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depois porque tem outra referência ao livro  o deus das moscas (ainda não há um vídeo no youtube com essa parte).
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e porque o aconselho vivamente.
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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

pro bono

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deixem-me isolar este filme em particular. no meio de tanta ficção atraente (tal como ir a um bar com muitas mulheres bonitas), há sempre uma que nos fere a visão, rasga o estereótipo, merecendo um olhar ou uma avaliação mais aturada.
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este começa com uma citação do albert camus (tal como no filme a vida de pi, em que o protagonista lê um dos livros que mais me marcou, o estrangeiro). e termina com um poema de poe:
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é na confrontação com a realidade, ou com a falta de margem de manobra na realidade, que poderemos ver a impotência de quem quer fazer dos alunos seres questionantes (já não digo pensantes). e o final não ajuda nada à minha falta de esperança. embora os pirilampos da magia de alguns gestos estejam lá.
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

recta ratio

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gostamos de um autor, e deste em particular, por ele recriar personagens com que nos identificamos. por explanar tantos axiomas aos quais nos rendemos. para além de viajarmos ao sabor das descrições, certos livros são como garantias de que não estamos sós nas nossas crenças.
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e vão 7. venham mais um.
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[...] Sim, pensei, acreditava que ia conseguir mudar; estava desejoso de vencer o meu antigo eu; sim, para tal um homem tem de adoptar um qualquer novo padrão; tem mesmo de se obrigar a desempenhar um papel qualquer; talvez tenha de se enganar a si mesmo durante uns tempos, até a coisa pegar; [...]
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saul bellow
henderson, o rei da chuva
pp. 265
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

o estado da nação

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JP Simões - 1970 (ou 2013?) - Retrato
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A minha geração de hedonistas e de ateus, de anti-clubistas, de anarquistas, deprimidos e de artistas, e de autistas estatelou-se docemente contra o céu.
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A minha geração ironizou o coração, alimentou a confusão, brincou às mil revoluções amando gestos e protestos e canções, pelo seu estilo controverso.
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A minha geração só se comove com excessos, com hecatombes, com acessos de bruta cólera, de mortes, de misérias, de mentiras, de reflexos da sua funda castração.
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A minha geração é a herdeira do silêncio, dos grandes paizinhos do céu, da indecência, do abuso, e um belo dia esqueceu tudo e fez-se à vida na cegueira do comércio.
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A minha geração é toda a minha solidão, é flor de ausência, sonho vão, aparição, presságio, fogo de artifício, toda vício, toda boca e pouca coisa na mão.
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Vai minha geração, ergue a cabeça e solta os teus filhos no esplendor do lixo e do descuido, deixa-te ir enquanto o sabor acre da desistência vai corroendo a doçura da sua infância. Vai minha geração, reage, diz que não é nada assim, que é um lamentável engano, erro tipográfico, estatística imprecisa, puro preconceito, que o teu único defeito é ter demasiadas qualidades e tropeçar nelas. Vai minha geração, explica bem alto a toda a gente que és por demais inteligente para sujar as mãos neste velho processo, triste traste de Deus, de fingir que o nosso destino é ser um bocadinho melhores do que antes. Vai minha geração, nasceste cansada, mimada, doente por tudo e por nada, com medo de ser inventada, o que é que te falta agora que não te falta nada? Poderá uma pobre canção contribuir para a tua regeneração ou só te resta morrer desintegrada?
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Mas, minha geração, valeu a trapaça, até teve graça, tanta conversa, tanta utopia tonta, tanto copo, e a comida estava óptima! O que vamos fazer?
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

london call

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só para avisar os senhores dos helicópteros de londres (ou das gruas?) que eu vou estar aí no início de maio. por isso tratem de resolver essas incompatibilidades. obrigado.
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(aceito sugestões de roteiros e estadias. thanks again)
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

eppur si muove

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como disse atrás, não há estanquidade na entrada de um ano novo. mesmo que nos forcem a acreditar que a mudança de um ano altera algo de substancial nas nossas vidas. não é verdade. podemos aproveitar para impelir a nossa vontade ao esforço necessário para tal desiderato. mas o mundo continua numa linha contínua de tempo, com a sua linearidade abstracta. eppur si muove.
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contudo não devemos perder de vista que os objectivos pessoais devem ser bem balizados no tempo. suponho que viverei mais uns 25 anos. tenho estado a definir dois grandes objectivos para os os próximos 20 anos. cada um para cumprir num prazo de 10.
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portanto, 2013 não é mais que uma peça neste puzzle. para usar mais uma expressão bonita, será o ano en passant. não há nada de especial a concretizar, mas será importante no desenho dos próximos anos. será um ano especial de comemorações de datas redondas. e será o ano dos alicerces. o ano da aproximação sustentada à arte do cinema e da literatura (incluindo a vertente ensaio). em 2012 foram 75 filmes e 25 livros (descobri o bellow; afirmo que é o melhor romancista que li). para este ano projectam-se aterragens mais consistentes no mundo da escrita.
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aponto 2014 como o início da caminhada (daniel faria dixit):
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Procuro o trânsito de um homem que repousa em ti
Como se desvia um homem do seu coração para seguir viagem
Como deixa ficar tudo e acrescenta à sua herança

Procuro conhecer os símbolos, os marcos miliares
Diurnos, como se lêem
Sinais de fumo e o ângulo dos pombos – e todas as coisas
Que nos chegam da distância

Procuro saber como se fecham os pés dentro dos teus
Percursos
Como se põe descalço um homem que necessita
De atravessar-se

E desejo outra vez desdobrada a tua palavra cheia
De estrelas

Para que as recorte, para que as ponha no silêncio
Vivas
Na minha boca e nas minhas mãos
Em chamas

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talvez partindo, e regressando noutra dimensão, possa voltar a acreditar em pessoas e valores. neste momento não vislumbro um caminho capaz de alterar a minha descrença. este derrotismo (que devo dizer é sustentado em pressupostos bem distintos da maioria; muito menos nesta crise valores disfarçada de crise económica) é como aquela ponte de avignon: parada no meio do rio. e não há vejo pilar que possa sustentar a construção até à outra margem.
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mas é como diz um grande amigo: há lá melhor metafísica do que comer um chocolate?
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

dezembro

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filmes
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livros
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espectáculos
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

até quando podemos desejar um bom ano?

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tenho assistido continuamente a desejos de bom ano, ainda hoje aconteceu, e a minha questão é: até quando podemos desejar bom ano? é que já passaram dez dias e nada mudou efectivamente.
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aqui ficam então os meus desejos de bom ano (porque ainda não o tinha feito) com uma edição comemorativa, feita em especial para este blog.
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