domingo, 19 de agosto de 2012

gerês

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Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
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Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
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Miguel Torga
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2 comentários:

  1. regressei há poucos dias do gerês... e ainda estou deslumbrada e apaixonada por aquele verde. por isso, estas palavras são hoje muito especiais para mim. obrigada.

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  2. Olá!
    Eu regressei hoje do gerês. Não há nada como voltar lá e tenho a sorte de estar perto. Desta vez fui sozinho para um retiro. Campismo no Gerês é a solução para ouvir a voz interior. E não é só o verde, mas a rocha e a dureza do aspecto enorme das montanhas.
    Obrigado pelos comentários

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