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tenho estado embrenhado nas minhas leituras. é certo que há tempo para as festas (festa branca em braga; feiras novas em ponte de lima), para ver a seleção e para ir ao cinema (ou ver filmes em casa). tenho apenas renunciado à televisão (agora deixo a gravar umas coisas na 2, em modo de despedida).
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(começa sempre mal um post quando falamos da vida privada. sinto-me igual aos grandes bloggers que publicam fotos dos filhos)
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este foi pensado para ser erudito. aludindo à cultura clássica. mas começando assim torto já não deve endireitar. enfrento contudo a tarefa com o mesmo afinco.
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o que se passa é que, por coincidência, li em dois livros diferentes (kafka à beira-mar; ravelstein) alusões à teoria de aristófanes sobre a procura incessante das metades (as almas gémeas para os mais românticos). esta teoria, desfiada por platão no seu livro o banquete, explica que no início os seres humanos eram compostos por duas cabeças, quatro braços e quatro pernas. foram separados por terem desafiado os deuses. a partir daí procuramos sempre a metade em falta. à força de eros.
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é óbvio que este assunto embarca em mares turbulentos. nos livros que li, as opiniões eram opostas, sendo que uma assumia que esta crença faz desperdiçar vidas inteiras nesta diligência. começo a moldar a minha opinião. tendo a assumir que a crença no amor é como a crença numa sociedade perfeita. é tão válido acreditar no amor como no comunismo. só não sei se algum será possível concretizar-se.
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continuemos a sair à rua por acreditarmos em ambas as utopias.
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O Dr. K. desenvolve uma teoria fragmentária do amor sem corpo em que não há
qualquer diferença entre proximidade e ausência. Se abríssemos os olhos,
saberíamos que a nossa felicidade está na natureza, e não no nosso corpo que há
muito deixou de lhe pertencer. Por isso os falsos apaixonados, e quase só há
desses, fecham os olhos no amor, ou então, o que é quase a mesma coisa,
mantêm-nos esbugalhados de avidez. E nunca uma pessoa se encontra mais
desamparada e mais alienada do que nessa situação.
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Vertigens. Impressões, W. G. Sebald
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roubado daqui
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para quem quiser há um bom curso sobre mitologia grega e romana, a começar aqui no coursera :)
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